segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Poesia-Consumo (ou Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e pickles em um pão com gergelim)

Tenha vontade, compre, não importa
se não precisa.

Compre, compre.

É belo, é novo, é moda.
Use e abuse, mas, depois jogue fora.
Carro do ano, utilitários,
a maior novidade de todos
os tempos da última semana.

Compre, compre.

Embalagem descartável,
produto descartável,
amizade descartável,
Vida descartável.

Poesia descartável para ser consumida na
fila do cinema (ante-sala da pizza).
Culinária descartável, enlatado
americano para ser consumido à espera
do sexo mercantilizado. Sexo descartável
consumido à espera do amor. Amor mercantil.
Amor para ser consumido à espera da vida.

Vida comprada e vendida em drive thrus.

Basta! Olhai os lírios do campo.

2 comentários:

  1. Parabéns BUzzzz...
    Fico indignada como as pessoas estao assim mesmo. Condicionadas a consumir tanto e coisas tao superficiais e plasticas.
    Sinto como se o mundo estivesse caminhando para o "Admiravek mundo novo" do Huxley...

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  2. "...Basta! Olhai os lírios do campo."

    Esse é muito bom!

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